A Cetoacidose Diabética é uma condição grave, que ocorre quando a taxa de glicose na corrente sanguínea do paciente está extremamente elevada. Esse quadro pode levar a coma ou até mesmo morte.
Trata-se de uma emergência médica, e seu tratamento não deve ser deixado para depois em hipótese alguma.
Para entender a Cetoacidose Diabética, é preciso primeiro falar sobre um dos fatores que definem o quadro da Diabetes: a insuficiência ou resistência à insulina no organismo.
A insulina é o hormônio responsável por transportar a glicose presente no sangue para as células do corpo, onde o açúcar é convertido em energia.
Quando há escassez de insulina, típicos da Diabetes, as duas consequências imediatas são o acúmulo de glicose no sangue e falta de energia nas células.
Para manter o organismo em funcionamento, os estoques de gordura do corpo são quebrados e se tornam energia. Contudo, ao utilizar a gordura como energia, cetonas são formadas. É aí que começa a surgir a Cetoacidose.
As cetonas são ácidos que aparecem na urina e se acumulam na corrente sanguínea. Quando há uma quantidade elevada de corpos cetônicos, o corpo é “envenenado”, e ocorre a Cetoacidose Diabética.
O desenvolvimento da Cetoacidose Diabética é mais comum entre Diabéticos Tipo 1. Contudo, esse quadro também pode ocorrer em Diabéticos Tipo 2.
Causas da Cetoacidose Diabética
Uma das principais causas da Cetoacidose Diabética é a presença de outra doença no paciente Diabético. Doenças como infecções urinárias e pnemonia podem gerar níveis maiores de hormônios específicos que atrapalham o funcionamento da insulina.
Outro gatilho em potencial para a Cetoacidose Diabética é o tratamento com insulina, que às vezes pode deixar o paciente com muita pouca insulina no organismo.
Alguns outros fatores desencadeadores da Cetoacidose Diabético são:
- Abuso de álcool ou drogas
- Cirurgia
- Consumo de cigarro
- Estresse
- Febre alta
- Idade inferior a 19 anos
- Infarto
- Trauma emocional ou físico
Sintomas da Cetoacidose Diabética
Assim como os sintomas da Diabetes nem sempre são fáceis de perceber, a Cetoacidose Diabética é um quadro grave, mas que pode passar despercebido por um paciente desatento.
Os sintomas da Cetoacidose se desenvolvem aos poucos, e incluem:
- Alto nível de glicose
- Dificuldade para respirar
- Dificuldade para se concentrar
- Dor abdominal
- Fadiga
- Grande quantidade de cetona na urina
- Sede excessiva
- Mau hálito
- Náusea e vômito
- Necessidade frequente de urinar
- Ressecamento da pele
Exames para Cetoacidose Diabética
Se você apresenta algum dos fatores de risco, já é uma boa ideia se manter bastante atento à glicemia, para evitar surpresas negativas. Se a taxa de açúcar estiver muito alta, é adequado buscar ajuda médica.
Especialistas indicam que quando a glicose está acima de 240 mg/dL, deve-se fazer um exame de urina para verificar a quantidade de cetonas.
Para realizar o exame, peça a indicação de um médico. Geralmente, esse tipo de exame é recomendado para pacientes com histórico de Cetoacidose ou que se encontram no grupo de risco.
Outros exames para realizar o diagnóstico de Cetoacidose Diabética são:
- Análise de potássio no sangue
- Exame de amilase no sangue
- Gasometria arterial
- Raio X do tórax
O tratamento da Cetoacidose Diabética
O tratamento da Cetoacidose Diabética visa normalizar a quantidade de glicose e insulina no sangue, além de cuidar de outras complicações, como infecções ou doenças, que possam ter causado o quadro.
Uma das medidas tomadas no tratamento é a reposição de fluídos, para reverter a desidratação do paciente e diluir o açúcar do sangue. Os líquidos podem ser ministrados por via oral ou intravenosa.
Há também a insulinoterapia, tratamento comum em pacientes de Diabetes Tipo 1. No caso de Cetoacidose Diabética, é provável que a insulina seja aplicada por via intravenosa até que a glicemia caia para 240 mg/dL. A rotina normal de insulina é reestabelecida após a normalização da glicemia.
Outra medida a ser tomada é a reposição de eletrólitos. Isto é, mineiras carregados eletricamente que contribuem para o funcionamento do coraçaõ e dos nervos.
Essa reposição é necessária porque, quando a quantidade de insulina no organismo está muito baixa, a produção de eletrólitos pode ser afetada. O procedimento é realizado por via intravenosa.
Algumas das possíveis complicações da Cetoacidose Diabética e seu tratamento são:
- Hipoglicemia decorrente do tratamento
- Hipocalemia decorrente do tratamento
- Edema cerebral
Prevenção da Cetoacidose Diabética
A melhor maneira de prevenir a Cetoacidose Diabética é mantendo a Diabetes sob controle. Ou seja, praticando atividades físicas reguladas, seguindo uma Dieta para Diabéticos e realizando o devido tratamento com medicamentos e insulina.
Controle a Diabetes e a possibilidade de você desenvolver uma complicação decorrente é muito menor.
Além disso, é importante ficar sempre de olho nos níveis de açúcar e, caso necessário, de cetonas. A glicemia deve ser verificada e registrada ao menos três vezes por dia. Caso o paciente esteja estressado, esse número aumenta.
Por fim, esteja preparado para agir rapidamente quando houver suspeita de Cetoacidose Diabética. Não se esqueça, é uma emergência médica. O tratamento deve ser urgente!
Mantendo um estilo de vida saudável, é possível controlar a Diabetes e evitar complicações.
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